Presidente da Câmara, Arthur Lira pensa em voos mais altos para 2026

O poder do Centrão 

1 - No Governo Bolsonaro o deputado Arthur Lira – chefe supremo do Centrão – mandava e desmandava no país através do “orçamento secreto”, pé-de-cabra que sugou R$ 30 bilhões do Orçamento Nacional através das famigeradas emendas do relator.

2 - Em campanha, Lula prometeu acabar com a farra, mas foi o STF que pôs fim à imoralidade. Nem por isso o Congresso perdeu poder, e o butim, que era secreto, não só foi aumentado para R$ 40 bilhões como foi escancarado, fazendo a festa de deputados e senadores. 

3 - Com esse bilionário poder de barganha, Arthur Lira já pensa em voar mais alto e até disputar a Presidência da República ao invés do Senado, seu plano de voo inicial. Sócio do butim, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, também sonha em ser governador de Minas Gerais. 

4 - Alguém pode alegar que os R$ 40 bilhões que os parlamentares vão despejar em seus currais eleitorais é uma gota d’água no oceano de R$ 5,5 trilhões do Orçamento Nacional para 2024. Mas é preciso lembrar que a quase totalidade dessa receita é dinheiro carimbado, para custear a máquina pública, so[1]brando apenas R$ 200 bilhões para investimentos em obras públicas. 

5 - Nesse diapasão, e se nada mudar com as prometidas reformas estruturais, o Brasil sairá do presidencialismo de coalizão para o parlamentarismo de ocasião. Até lá, o presidente da Câmara Federal atuará como primeiro-ministro e o presidente da República será rebaixado ao posto de mero ordenador de despesas.